terça-feira, 18 de agosto de 2009

Charles Bukowski - 1ª Parte - As novelas

As novelas

Ora cá está mais um daqueles escritores (infelizmente muito pouco traduzido em português) que me marcaram, e de momento estou a ler tudo o que encontro. Neste post vou apenas falar sobre as 6 novelas por ele escritas. Apesar de não ser um escritor nem de terror nem nada do género, a sua escrita (novelas e poesia) é de tal forma marcantes, que não é por acaso que é um dos escritores mais imitado no seu estilo, e um dos meus preferidos. Como nota se gostaram da serie “Califonication” vão adorar as novelas, e caso gostem do autor devem ver a serie, pois apesar de não ser baseada em nada de Charles Bukowski, poderia perfeitamente ser.
Não obstante deser considerado pertencente à Beat Generation e profundamente diferente de autores como Jack Kerouak, William Bouroughs entre outros. A sua escrita esta mais próxima de John Fante, autor que ando a ler e que me foi recomendado pelo próprio CB.

Post Office - 1970 (5 em 5)
CB era um empregado dos correios, e, quando estava a chegar ao topo da carreira, decidiu despedir-se e dedicar-se a escrita. É sobre esses tempos que se baseia esta primeira novela, que ve a luz quando CB tem já 50 Anos (o que prova que nunca tarde para começar) . Para além disto CB era um “low life winno”, termo que livremente traduzido quer dizer um vagabundo-alcoólico, mas que vivia cada dia e situação de uma forma desprendida e por vezes até com alguma arrogância, e sem dúvida muito culto literariamente, apensar da sua vida desregrada.

A primeira por ele escrita, e também por mim lida. Desde logo uma ligação incrível com a personagem do livro (o alter ego do próprio escritor). As situações por que a personagem passa (que são um espelho da vida de CB) não só não nos deixam indiferentes, como não podemos deixar de rir das muitas passagens repletas de humor negro, pois é fácil imaginarmo-nos nas situações descritas ao longo do livro, e, a maneira muito peculiar com que são apresentadas e “vividas” facilmente tem paralelos com as nossas próprias vidas (NOTA: isto claro dependerá muito do nosso próprio estilo de vida, não será verdade para a maioria de nós). Sem duvida um dos mais genuínos livros por mim lido, sem cedências, sem artifícios literário desnecessário, apenas de uma escrita “dura” e crua que o tornam único e memorável.



Factotum - 1973 (4 em 5)

Este livro continua a “saga” da vida do CB espelhada na personagem principal do livro. As aventuras sexuais, a bebida, as apostas de cavalo, continua tudo lá, sempre com uma escrita sem artifícios. Apesar disto tem menos impacto que o livro precedente, mas continua acutilante nas suas descrições. Esta obra foi adaptada para cinema, com uma interpretação interessante de Matt Dillon, mas num filme bastante fraco. Este facto vai ser referido por CB num dos livros posterior onde ele relata a sua relação de quase-ódio com a industria cinematográfica.

Wommen - 1978 (4 em 5)

Uma vez mais a personagem do livro e o próprio autor “escondido (com o rabo de fora)” na personagem que já nos habituou a vermos viver a vida no extremo. Extremo do álcool, apostas empregos de 1 dia e mulheres. Sendo este ultimo o tema principal do livro como o nome não deixa enganar. Sempre com a honestidade negra com que nos habituou, creio ser um dos pouco traduzidos para a nossa língua (creio que saiu com um jornal há já algum tempo). Enfim parece-me ser uma das mais honestas descrição das relações humanas.




Ham on the Rye - 1982 (4,5 em 5)

Neste livro CB leva-nos para uma LA na era da grande depressão, através do habitual “espelho”, que revela um pouco mais da sua dura infância, e sobretudo das situações próprias da adolescência. Um pouco non-sence, mas no seu melhor estilo de um humor sarcástico e e sua visão particular sobre o mundo que o rodeia. Se por um lado podemos dar graças por não termos tido a vida dele, por outro lado, não deixo de pensar como seria interessante podermos viver de forma tão desprendida, e afogada em excessos.


Barfly - 1987 (3,5 em 5)

Não vou perder muito tempo com este título, que par amim não conta como novela, pois e um guião para cinema. Deixo para quem tenha interesse o visionamento do filme, em que o autor relata 3 dias da sua vida, que no ecrã interpretado por Mickey Rourke (para mim um dos seus melhores papeis a seguir ao recente "The Wrestler").



Hollywood - 1989 (4,5 em 5)

A penúltima das novelas desde génio, escrita já no final da sua vida e vários anos depois da primeira denotam claramente a evolução na sua escrita, e na sua personalidade, se bem que os traços mestres que o celebrizaram continua todos lá. Não se pode dizer que esteja mais “brando”, quanto a mim, apenas mais estável. Esta história passa-se em Hollywood (não a Meca cinematográfica, mas sim o bairro por debaixo do celebre placar, onde o autor residiu e relata a historia da passagem para o cinema da sua obra “Barfly” (muito bem interpretada por Mickey Rourke, se bem que algo de “overacting” em relação ao já exuberante CB), e de todas as peripécias que tal empreendimento envolveu. Podemos ver ao longo do livro muitos nomes conhecidos, apensar dos nomes alterados, são alterados de uma forma mínima e humorística que é impossível deixar de os reconhecer, e para alem disto as breves descrições dos mesmos não deixam lugar para duvidas. Uma novela a ler sem duvida. Já agora também aconselho a verem o filme, onde o próprio CB aparece por breves instantes (passagem também relatada no livro com o humor tão típico e acutilantemente sagaz).


Pulp - 1984 (4,5 em 5)
E assim chego ao final deste post já longo. A última das incursões do CB pelo romance (e pela expiação da própria vida). Pulp é sem duvida a historia mais humorística, mas sempre realista. Saiu apenas meses antes da sua morte, e relata de uma forma a que CB nos habituou nos seus relatos descritivos onde a sua vida, a doença e a consciência da proximidade da morte estão nas entrelinhas. Incrivelmente auto-critico, mas bastante diferente dos livros anteriores, que para ser apreciado na sua totalidade, quanto a mim, deve ser lido depois dos outros livros dele, para não se tornar uma possível desilusão.
Contado num tom de gozo às célebres “pulp magazines” da época, a vulgaridade continua presente, mas também não o queríamos de outra forma.





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